Usando um carro-de-mão o artista transporta para o interior da galeria terra fértil com sementes. Terminado o transporte deste material que terá em média um metro de altura, formando uma pequena duna no canto da parede, recolherá caso haja os possíveis dejetos do percurso para só assim em seguida com uma lata de tinta spray escrever sob o monte de terra a palavra: “EFÊMERO”. E se retira da galeria terminando a ação.
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Num mundo com excessos de opiniões é necessário voltar-se à simpleza das coisas e refletirmos mais para ter opiniões.
Em suma, lidar com a materialidade da terra carrega consigo uma série de metáforas, vale salientar que as mais diversas cosmologias trazem este elemento natural como parte constitutiva da criação do ser humano e do seu retorno como dejeto orgânico a esta matéria.
Cultivar é uma constância e entendendo tanto este trabalho como o cultivo de sementes como trabalhos processuais, contar com a imprevisibilidade da germinação das sementes é um bônus para o processo e não necessariamente seja o cume do trabalho. Mas de forma mais concisa é importante ressaltar a ação performática da palavra, trazendo como referência a principal característica da pixação: a efemeridade, a impermanência. o processo de constante mutação que as coisas estão sujeitas.