sem título ID1789, 2020, acrílica s/tela, 105x180 cm
As pinturas evidenciam os desenvolvimentos de sua linguagem e processo onde fenômenos da natureza (difusão, gravidade, capilaridade, etc) são utilizados como ferramentas de construção, num procedimento técnico bem estruturado mas que contém em seu bojo uma certa medida de acaso. Há pouco uso do pincel, o direcionamento do fluxo de tinta é feito de forma indireta. A fixação desses movimentos sobre a tela gera a imagem de um novo espaço, facilmente associado ao natural uma vez que os procedimentos desenvolvidos pelo artista incluem os mesmos fenômenos usados pela natureza para a construção da paisagem, dos tecidos celulares, corais, dispersão dos gases estelares, etc. Não há aqui a tradicional metáfora para o mundo natural mas um curto-circuito de significados. Através desses fluxos reais de cor temos uma experiência indissociável de espaço e tempo, construída automaticamente pela percepção, e podemos questionar a natureza da representação na arte.