
Mitsy Queiroz (@mitsyqueiroz) 1988, Recife, Pernambuco.
Artista visual, pesquisador Mestre em Artes Visuais [PPGAV/UFPE], pedagogo e pescador, interessado no corpo a corpo com a fotografia e nas em epistemologias que se agitam à beira mar. Reflete em sua dissertação de mestrado o atravessamento do tempo em programações fotográficas que encarnam a experiência do corpo transgênero no mundo. E desde a condução metodológica do seu gesto fotográfico, tem pensado as temporalidades curvas, a percepção de corporalidades em transformação e os encantamentos de uma cosmologia da pesca, criando um imaginário das águas para a colônia de pescadores do Pina através dos seus marcadores territoriais, saberes tradicionais, conjunto de técnicas e a relação interespécie entre pescadores e peixes em parentesco, com foco no comportamento das espécies em migração.
Coordena desde 2019 o programa educativo “Laboratório de Investigação Artística: Corpas que quebram” com uma trajetória 3 edições em parcerias com Museu Murilo La Greca [2019], MAMAM [2021] e Galeria Maumau [2023] [Funcultura Geral, 2020/2021] objetivando aproximar pesquisas poéticas em tecnologias da imagem, explorando as potencialidades pedagógicas da produção de saberes da contemporaneidade, com recorte às epistemologias de corpos dissidentes que dentro da academia fogem à norma da construção do conhecimento colonial. Promove igualmente a formação “Poéticas do Fracasso” [2023-atual] que tem sido um desdobramento da sua pesquisa de mestrado, reunindo práticas pedagógicas que refletem gestos fotográficos erráticos diante do conjunto de valores que determinam o que são imagens melhores.
No audiovisual atuou na concepção e direção do curta experimental "Primeiras Contrações" [2021] contemplado pela Lei Aldir Blanc em Pernambuco. De igual modo participou no documentário "Bio Caboclo - Quem nasce estrela nunca para de brilhar" [2022] em codireção com Fito Araújo contemplado no Edital do Prêmio de Salvaguarda e Registro Audiovisual de Saberes Tradicionais e da Cultura Popular. Na direção de fotografia trabalhou no documentário-ficção "Aracá" [2021] com direção de Abiniel Nascimento e no documentário "Paola" [2022] dirigido por Ziel Karapotó.
Suas participações como artista visual mais recentes ou relevantes são no projeto de residências artísticas SESC Confluências PE 2018-2019; nas feiras SP-ARTE, SP-FOTO [2020] e ARTE-PE [2023-2024]; Artista convidado para Revista Propágulo edição 7 e projeto Prelúdios da Imagem; participação no programa Atos Modernos de comissionamento de obra pela Coleção Ivani e Jorge Yunes com a Pinacoteca de São Paulo, desenvolvendo a pesquisa “As Ilhas Alagadas do Pina” [2022] cuja obra foi adquirida para o acervo da instituição; já no Solar dos Abacaxis [Rio de Janeiro, RJ] desenvolveu a obra também comissionada “O relógio que trabalhava dentro d’água” [2022] para coletiva Raio a Raio exposta no MAM-Rio, MAMAM-Recife e Galeria Arte Plural [Recife, PE]; o artista participou ainda da coletiva “Me Aguente” [2023] na Galeria Boi, “Pôr Defesa” [2024] na Galeria Amparo 60 e a residência Territórios Pina promovida pela Christal Galeria, apresentando a obra “O retorno do Camurim” [2023]. Atualmente o artista se dedicou ao projeto Nadadores do Mundo [2024], uma pesquisa financiada pela Lei Paulo Gustavo com a Prefeitura da Cidade do Recife que teve exposição durante os festejos de São Pedro nas vias públicas, praias e cortejo marítimo da Colônia de Pescadores Z1 Pina. Além deste projeto, organiza a expansão das atividades do “Laboratório Fotográfico Analógico Piracema” [2025] que foi premiado com o edital de Aquisição de Bens Culturais da Política Nacional Aldir Blanc.