FRANQUEZA > Texto crítico da exposição de Caetano Costa na Galeria Maumau (2018)

     Comumente, a limitação sobre os corpos vem de um aparelhamento conservador colonialista, que através de argumentos higienistas se tornou uma promoção natural da exclusão. Assim, motivados pela seleção de corpos, gestos, poéticas, estéticas, narrativas, culturas e etc., este comum autoritário se infiltra nas camadas imateriais e materiais do desejo, construindo 1 mundo que nega o diálogo entre mundos.

      Sobretudo, atuam numa rigidez que majoritariamente exclui corpos que não pertencem a branquitude, persuadindo existência destes corpos desviados para fora dos espaços de poder. Corpos pertencem a determinados lugares. Corpos transitam por determinados espaços. Gostaria de ampliar o verbo: determinar, como estratégia de ação na demarcação dos lugares. Espaços estes, onde corpos potentes poderiam se dedicar ao exercício de expansão.

     De modo geral, os trabalhos de Caetano Costa, urgem numa proposta insurgente as conjunturas históricas que ainda são determinantes na contemporaneidade. Não há isenção de si nas situações criadas por Caetano, todas refletem um compromisso em inutilizar as lógicas opressoras. 

      Um deslaçar na lógica capitalista da produção de arte, trazendo como motim a sobra e o resto, transgredindo o lixo e potencializando a materialidade em seu processo. A reciclagem e a gambiarra como necessidade e sobrevivência, distante do discurso alienado do - politicamente correto - atrelado ao marketing social da classe média. Todos os títulos são gatilhos de um Brasil que borbulha no abismo e na desigualdade de classe e raça, são mantras para a organização negra e periférica da “nação” verde e amarela que “deu ruim”.  

 

 

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